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Limpei o filtro da máquina de lavar loiça pela primeira vez em anos e o cheiro melhorou logo.

Pessoa limpando filtro de máquina de lavar louça, com bancada ao lado e utensílios próximos.

Os pratos saíram limpos, sim, mas o ar à volta da porta tinha aquele cheiro azedo e húmido. Daqueles que te fazem cheirar a divisão, depois a ti próprio, e a seguir ao cão. Finalmente fiz a única coisa que andava a adiar há anos: limpei o filtro. O resultado? O cheiro não desapareceu. Mudou. De “que nojo” para nada de especial, quase de imediato. Parecia ter desligado um ruído de fundo que já nem notava.

A cozinha estava silenciosa, só se ouvia o ronronar do frigorífico e o bater da chuva na janela. Tirei o cesto de baixo, torci a tampa cinzenta que ignorava desde que nos mudámos, e levantei o filtro como se fosse uma mensagem do passado. Não houve drama, apenas um leve raspar e aquela satisfação ligeiramente culpada que sentimos ao abrir finalmente um armário cuja existência andamos a fingir ignorar.

Estava mau, sim. Mas também foi satisfatório, como tirar um autocolante teimoso. Abri a torneira, deixei a água aquecer, e vi anos de gordura a desprenderem-se e a desaparecer. O cheiro mudou imediatamente.

O que se escondia lá em baixo — e porque cheirava tão mal

Dentro do filtro estava uma pasta que só posso descrever como “mistério bege”. Nada assustador, apenas muito real: massa amolecida, borras de café, gordura, talvez uma fatia do Natal passado pelo meio. A malha estava ligeiramente pegajosa, como uma frigideira depois de fritar bacon. Achava que o cheiro vinha da máquina a “envelhecer”. Não era. Era só esta sujidade inofensiva, humana, e discretamente desagradável.

Num rápido inquérito no grupo de amigos, sete em nove não mexiam no filtro há anos. Uma amiga disse que passa um limão uma vez por mês e acha que está bom. Outra pensava que o filtro era “autolimpante”. Os fabricantes recomendam atenção mensal ou pelo menos a cada poucos ciclos. Na prática, esquecemo-nos. Sejamos honestos: ninguém faz isto todos os dias.

Porque cheira? Água quente, restos de comida e ciclos curtos criam um pequeno spa perfeito para bactérias. Os odores vêm do biofilme formado na gordura e fibras retidas. O filtro retém esse filme como uma esponja. Sempre que abres a porta, o vapor leva esses cheiros até ao nariz. Assim que lavas o filme da malha, não há nada a que o cheiro se agarre. Por isso a diferença é tão imediata. Uma limpeza simples quebra o ciclo.

Como limpei o filtro em 10 minutos, sem pressas

Tirei o filtro torcendo a tampa no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, depois levantei a secção de malha cilíndrica. Passei ambos por água quente, rodando a malha para a água sair de dentro para fora. Para a sujidade teimosa, pus um pouco de detergente numa escova macia e esfreguei em círculos. Nada de palhas de aço. Nada de lixívia. Só uma lavagem rápida de 60 segundos seguida de uma esfregadela suave.

Depois deixei de molho. Enchi uma tigela com água morna, deitei uma colher de bicarbonato de sódio e deixei as peças cinco minutos. Se estiveres tentado a usar vinagre, usa pouco e pouco tempo — alguns manuais alertam para os vedantes. Também levantei a grelha metálica do ralo dentro da máquina e passei um papel de cozinha no poço. Demorou dois minutos. Todos já tivemos aquele momento em que um simples limpar revela onde o cheiro verdadeiramente vive.

Quando coloquei de novo, senti a tampa encaixar firmemente. Isso é importante. Um filtro solto deixa resíduos passar para a bomba e mantém os odores a circular. Fiz um ciclo vazio com água quente e só uma chávena de cristais de soda no cesto de cima. O ar ficou neutro antes do programa terminar. Devia tê-lo feito mais cedo.

“Os filtros não são glamorosos, mas são a linha da frente”, disse-me um engenheiro de eletrodomésticos uma vez. “Se a malha não está limpa, lavas em sopa de ontem.”
  • Ferramentas úteis: uma escova de dentes macia, uma taça, água quente, detergente da loiça, bicarbonato de sódio.
  • Evitar: água a ferver em peças de plástico, lixívia forte, esfregões de arame, enfiar o filtro à força de qualquer maneira.
  • Bom ter: um pano de microfibras para a borracha da porta e um espeto de madeira para os cantos minúsculos da malha.
  • Tempo: cerca de 10 minutos, incluindo uma chávena de chá satisfeita.
  • Repetir: todos os meses, ou quando sentires cheiro.

Dicas que gostava que me tivessem dado antes de começar

Lava de dentro do cilindro para fora. Assim empurras os resíduos para fora em vez de os entalar ainda mais. Limpa o poço — aquele pequeno reservatório debaixo do filtro — com papel de cozinha dobrado antes de lavares, para não empurrares a pastinha para o ralo. Termina com um jato de água quente e uma sacudidela, depois põe tudo num pano para secar. Secar é mais importante do que julgas.

Não esfregues a malha até ao osso. O revestimento de alguns filtros pode ficar baço com esfregões de arame. Usa uma escova de dentes, esponja ou escova de unhas. Se vires riscos pretos na borracha da porta, tira-os com pasta de bicarbonato, não com lixívia. Se a máquina tiver filtro grosso e fino, limpa ambos. E se o manual disser para não usar vinagre, acredita. É um trabalho simples numa peça barata. O segredo está no hábito, não nas heroísmos.

Se o cheiro persistir após limpar, vê os braços de pulverização. Alguns têm orifícios tapados por sementes ou arroz. Desentope com um palito, depois faz um ciclo quente. Vê se a curva da mangueira de drenagem está mais alta do que a ligação no sifão da pia — isso evita refluxo. E lembra-te da tampa do sal: se estiver solta, pode deixar passar água salgada para o interior. Às vezes, o problema é pequenino, não dramático.

O que mudou depois

O cheiro não se limitou a desaparecer; o espaço ficou mais leve. Ao abrir a porta, havia aquele nada limpo — o cheiro de vidro e metal quentes. Os pratos também pareciam menos “húmidos”, como se o ar já não se agarrasse a eles. Dei por mim a arrumar a loiça de forma diferente ao fim do dia, sem pressas, sem prender a respiração. Dez minutos devolveram-me um pequeno pedaço de paz. Se isto te soa exagerado, experimenta só uma vez. Pode ser que andes a falar disto com um amigo. Ou que queiras pôr um alarme. Ou até começas a gostar deste pequeno ritual que impede a tua cozinha de contar histórias do caril da terça passada.

Ponto-chaveDetalheInteresse para o leitor
O cheiro muda num instanteLavar o filtro elimina o biofilme que transporta o odorRecompensa imediata por uma tarefa de 10 minutos
Gentileza vence asperezaÁgua quente, detergente da loiça, bicarbonato, escova maciaProtege as peças e mantém a solução económica
Pequenos cuidados contamEncaixar o filtro, limpar o poço, desentupir os buracos dos braços de pulverizaçãoPrevine maus odores repetidos e lavagens mal feitas

Perguntas Frequentes:

  • Com que frequência devo limpar o filtro da máquina de lavar loiça? Mensalmente é a cadência ideal para a maioria das casas. Usa muito ou cozinha muita massa/arroz? Passa para cada 2–3 semanas.
  • Posso lavar o filtro dentro da máquina? É melhor lavar à mão. O calor e os detergentes podem deformar plásticos ou prender resíduos ainda mais na malha.
  • O que faço se o cheiro voltar ao fim de um dia? Limpa bem o poço, verifica a tampa do sal e desentope os orifícios dos braços de pulverização. Se ainda cheirar, faz um ciclo vazio com cristais de soda e revê a curva da mangueira de descarga.
  • É seguro usar vinagre ou lixívia? Vinagre branco diluído pode ser usado para uma pequena imersão se o manual permitir. Lixa não na inox nem nas borrachas; pode corroer o metal e endurecer as juntas.
  • É normal haver uma pasta castanha debaixo do filtro? Bastante comum. É uma mistura de gordura, detergente e restos de comida. Retira, limpa e passa por água. Se vires bolor preto, usa uma pasta de bicarbonato e uma escova de dentes.

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